A física experimental de partículas e a astrofísica são empreitadas internacionais, e por uma questão de necessidade: projetar, construir e operar equipamentos gigantescos, além de coletar, distribuir e analisar as enormes quantidades de dados gerados, geralmente exigem centenas ou milhares de colaboradores, bem como financiamento de diversos países.
Pessoas, instituições e países dedicam-se a esses esforços para aproveitar a formação, a tecnologia e o conhecimento produzidos. Mas o processo de real integração de esforços internacionais em pesquisas experimentais pode ultrapassar gerações.
Geralmente funciona assim: as pessoas vão para o exterior pela oportunidade de fazer pesquisas de ponta. Às vezes, elas acabam ficando em seus destinos e ajudam as próximas gerações de pesquisadores de seus países que ali chegam. Em outras situações, elas voltam para casa e montam grupos de pesquisa locais, que, por sua vez, criam conexões com grupos de instituições vizinhas, e uma rede começa a se formar. Sediar um experimento internacional e participar, em alguma escala, da respectiva elaboração e administração podem ser o próximo passo. Pode-se, então, oferecer novas oportunidades aos estudantes locais, que não precisarão mais viajar para longe para fazer pesquisa. Em algum momento, o país ou a região agrupa a massa crítica necessária de especialistas para trilhar seu próprio futuro em pesquisas experimentais.
Essa é a história da física de partículas e da astrofísica na América Latina. Os cientistas com recursos limitados começaram a se concentrar no ensino e na pesquisa de física teórica, que exigiam equipamentos muito mais baratos que a ciência experimental. Muitas vezes, depois de terem se destacado entre os membros da comunidade internacional de teóricos, os cientistas interessados em fazer experimentos começaram a viajar para outras áreas para ganhar novos conhecimentos. Com o tempo, os novos experimentais acabaram criando conexões na região de origem, no exterior e em toda a América Latina e tomaram para si a responsabilidade de sediar esforços internacionais voltados para a pesquisa. Dessa forma, usaram os recursos e as conexões que conseguiram para desenvolver os programas existentes e iniciar outros novos, promovendo avanços nas capacidades tecnológicas das indústrias locais ao longo dessa jornada. Agora, pela primeira vez, cientistas de toda a América Latina estão se reunindo para montar uma estratégia regional de infraestrutura científica de larga escala com foco na física de partículas e na cosmologia.
Ao longo do mês de outubro, a Symmetry dará destaque a lugares importantes, explicará conquistas significativas e apresentará algumas das pessoas que deram e continuam dando os contornos da física de partículas e da astrofísica na América Latina.
Explore este mapa interativo para aprender mais sobre física de partículas e astrofísica na América Latina
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